Excelente como sempre, Leo. Não sou nenhum especialista em teologia, seja latina ou ortodoxa, mas me parece que alguns pensamentos de São Boaventura são perfeitamente alinhados à ortodoxia (claro que um ortodoxo poderá dizer melhor). Sobre a questão específica da filioque, o buraco é mais embaixo, obviamente - por ora, minha visão (que provavelmente deverá ser revista quando eu entender um pouco mais do assunto) é parecida com a da minha esposa, que cito: "Se esse povo brigou por isso aí é porque já estava querendo brigar" (sic). Abração!
Concordo com a tua esposa hahahaha. De fato, a questão da filioque demorou alguns séculos para se tornar um problema teológico, e ela, enquanto questão teológica, não foi a principal causa do cisma.
Por outro lado, a adoção de um credo com a filioque na liturgia latina levantou um problema eclesiológico para os bizantinos, o qual foi formulado nos seguintes termos: "teria o Patriarca de Roma autoridade para alterar o credo niceno-constantinopolitano?".
Mais tarde, especialmente a partir do século VIII, as reações bizantinas à doutrina da filioque afastaram ainda mais os gregos dos latinos. Figuras de grande autoridade, como Fócio de Constantinopla (cujo epíteto é "igual aos apóstolos") e Gregório de Chipre, fizeram graves acusações contra essa doutrina. Fócio, aliás, dizia que a filioque é "a coroa de todos os males".
Há, além disso, todo o conflito político entre os bizantinos e os francos por trás dessa disputa. Muitas pessoas, dos dois lados, instrumentalizaram essas questões para enfraquecer politicamente seu adversário. Enfim, é uma questão mega complicada.
Excelente como sempre, Leo. Não sou nenhum especialista em teologia, seja latina ou ortodoxa, mas me parece que alguns pensamentos de São Boaventura são perfeitamente alinhados à ortodoxia (claro que um ortodoxo poderá dizer melhor). Sobre a questão específica da filioque, o buraco é mais embaixo, obviamente - por ora, minha visão (que provavelmente deverá ser revista quando eu entender um pouco mais do assunto) é parecida com a da minha esposa, que cito: "Se esse povo brigou por isso aí é porque já estava querendo brigar" (sic). Abração!
Muito obrigado, Bruno!
Concordo com a tua esposa hahahaha. De fato, a questão da filioque demorou alguns séculos para se tornar um problema teológico, e ela, enquanto questão teológica, não foi a principal causa do cisma.
Por outro lado, a adoção de um credo com a filioque na liturgia latina levantou um problema eclesiológico para os bizantinos, o qual foi formulado nos seguintes termos: "teria o Patriarca de Roma autoridade para alterar o credo niceno-constantinopolitano?".
Mais tarde, especialmente a partir do século VIII, as reações bizantinas à doutrina da filioque afastaram ainda mais os gregos dos latinos. Figuras de grande autoridade, como Fócio de Constantinopla (cujo epíteto é "igual aos apóstolos") e Gregório de Chipre, fizeram graves acusações contra essa doutrina. Fócio, aliás, dizia que a filioque é "a coroa de todos os males".
Há, além disso, todo o conflito político entre os bizantinos e os francos por trás dessa disputa. Muitas pessoas, dos dois lados, instrumentalizaram essas questões para enfraquecer politicamente seu adversário. Enfim, é uma questão mega complicada.
Um abração, Bruno!